Nunca fui muito de aplicativos, sempre achei que lá estavam só as caras que não queriam nada com nada, além de uma noite de sexo fácil. Mas, por insistência das amigas e pra começar meu funil, fiz meu perfil.
Conversei com algumas pessoas, mas nunca levei pra vida real de fato, nunca passei das conversas e promessas de um encontro. Aproveitava pra colocar o método em prática e ir jogando o jogo.
Mas, no dia 20/01, em uma noite à toa em casa, entrei no App e dei match com um certo Fábio. A princípio, tudo seguiu como das outras vezes: apresentações, conversas superficiais, até que ele pediu pra falarmos no Whats. Consegui tirar ele do mar vermelho.
Lembro que era época de ensaio para o carnaval, e quando ele me mandou uma mensagem, eu estava de saída para o ensaio, e falei: “podemos conversar depois, estou saindo e atrasada” e nos despedimos. Fui leve e desapegada.
Quando cheguei ao ensaio, postei uma foto e ele logo me mandou uma mensagem perguntando onde eu estava. Falei que ia desfilar pela Mancha Verde, uma escola de samba de São Paulo, e ele, como resposta, me mandou um foto dele com uma camisa de diretor de ala da mesma escola.
Coincidência ou destino, isso serviu pra criar uma ligação e as conversas foram aumentando, primeiro sobre o carnaval e depois passando para os mais variados assuntos.
Até que me senti pronta para levar do virtual para o real, e num domingo de muita chuva marcamos de nos encontrar no ensaio da escola. Enrolei um pouco e fui sendo um DDP (Delicioso Desafio Possível). Ele preenchia praticamente todo meu gabarito do boy magia, e o principal, sempre foi honesto, gentil e disponível.
Quadra lotada, eu com minha amiga, ele com os amigos dele, conversamos um pouco, muita gente passando pra dar um oi e interrompendo a conversa. Fim de um primeiro encontro. Sem beijos, já que estava seguindo o método.
Fui ensaiar e, no final, tinha uma mensagem me convidando para um segundo encontro naquela mesma noite em uma padaria próxima à nossa casa.
Hesitei por ser domingo à noite, pela chuva forte que caía, mas tomei coragem e fui. Quando cheguei, ele estava lá, eu ainda meio sem-graça, meio tímida, fui me sentindo em paz, segura e à vontade. Ele, atencioso, carinhoso e um pouco nervoso, eu acho.
Na hora da despedida, sem que eu tivesse tempo de pensar, ele me deu um beijo, nosso primeiro beijo, com a chuva de fundo. Depois desse dia, a conversa fluiu, as conexões foram aumentando, fomos descobrindo afinidades em cada encontro, criando EEPs (Explosões de Emoções Positivas).
Até que numa madrugada, depois de mais um ensaio, já na cama e conversando por Whatsapp, ele me diz que não era homem de ficar e me perguntou se eu já havia pensado em nós como um casal. Na hora, fiquei sem ação e sem palavras, confesso. Ele me disse que já havia pensado nisso, que estávamos bem, vivendo uma relação saudável, leve e divertida.
No método aprendi a viver um dia de cada vez, a trabalhar diariamente, a deixar a ansiedade de lado, a viver o hoje, a acreditar em mim, sem esperar nada, para que nada se torne tudo. Então, me sentindo segura, protagonista da minha própria vida e tendo despertado a Mulher de Alto valor que sempre morou em mim, mas estava esquecida, e deixando para trás as crenças que carreguei minha vida toda, me senti pronta. E mesmo contrariando um pouco o prazo das 12 semanas, eu disse sim.
Naquela madrugada de 15 de fevereiro começamos a namorar. E assim tem sido, leve, saudável e divertido, com alguns desentendimentos às vezes, é verdade, mas nesse momento que o mundo vive, não vejo ninguém vivendo só alegrias. Porém logo tudo passa e voltamos a nos entender e a construir nossa história.