Estava há 10 anos sem relacionamento sério, sempre me relacionando com caras que não me valorizavam, acho que muito porque eu mesma não me valorizava.
Tive muitos problemas familiares, desde pequena, e isso me fez crer que eu não era digna de ser amada. Enxerguei isso nos anos de terapia que fiz (ainda faço), mas não conseguia, na prática, mudar meu padrão de relacionamento.
Até que conheci o Ítalo Ventura. Fiz minha inscrição no curso MAV me achando louca de gastar dinheiro em busca de um relacionamento. Tinha esperança e desconfiança ao mesmo tempo, mas, mesmo com o pé atrás, resolvi tentar.
Fiz os módulos 1 e 2, e achei maravilhoso esse empoderamento que o Ítalo provoca. E, a partir daí, comecei a ver as situações de um outro ângulo, com mais distanciamento, o que me fez perceber várias coisas para as quais eu estava cega.
Quando cheguei no momento de encher meu funil, bateu o desespero… O Rio de Janeiro é relativamente pequeno, todo mundo meio que se conhece no meio social onde eu transito. Já sabia quem era quem e que quase nenhum ali estava disposto para o que eu queria.
Parti para as redes sociais, e comecei a conversar com alguns homens. Cheguei a conhecer uns 2, mas eu mesma não quis o 2º encontro.
Um dia, um carinha puxou assunto comigo, bonitinho, mas totalmente diferente do tipo de homem que eu gostava. Lembrei do Ítalo falando para não sermos tão rigorosas com esse tipo de coisa na hora de encher o funil e, por causa disso, começamos a conversar.
Depois de umas semanas de papo, marcamos de nos conhecer. Lembrei que tinha que fazer um encontro memorável, e escolhi irmos num evento de gastronomia bem bacana. Quando o vi, imediatamente comecei a me sabotar enchendo-o de defeitos, só não entrei em pânico porque Ítalo já tinha proibido de beijar no primeiro encontro.
Mesmo assim, no final do encontro, ele me tascou um beijo na boca e eu só pensava “Nãoooo! Ítalo não deixou!! Tá tudo errado, já era!” Isso foi numa sexta-feira; saímos 3x nesse fim de semana.
Fomos almoçar na quarta. Na sexta-feira seguinte fomos jantar, era o 5º encontro, a conexão já estava lá no alto e ele me convidou para, no dia seguinte, ir a um aniversário de família com ele.
Eu fiquei assustada. Como assim que nem estava namorando e ia conhecer a família dele? Eu já tinha passado por isso antes, embarquei num relacionamento que não existiu, não queria passar por isso de novo. Mas ele me transmitia tanta segurança que eu disse sim. Ele me contou uns problemas com o pai e eu pensei “meu Deus, nem vou contar meus problemas familiares agora, senão ele vai sair correndo”.
No dia seguinte, dia do tal aniversário, dia do nosso 6º encontro, o encontro em que eu ia conhecer a família dele e que íamos dormir juntos pela primeira vez, minha mãe faleceu. Recebi a ligação que ninguém espera receber, e quando desliguei o telefone, tinha uma mensagem dele, feliz porque eu ia conhecer seu afilhado, e só respondi: “me desculpa, mudança de planos, minha mãe acabou de falecer, tô indo pra minha cidade”. Como resposta, recebi um: “tô indo para aí”.
Eu moro no Rio, mas sou do interior. Ele nem precisou pensar. Foi para lá comigo. Sem que eu pedisse. Ficou do meu lado o tempo todo, o fim de semana inteiro. Conheceu minha família inteira. Ficou imerso em todos os problemas que eu quis evitar contar no dia anterior. Em tudo o que eu nunca contei nem para as minhas amigas.
Eu não falava com a minha mãe há 20 anos. Ele não me julgou. Um cara que me conhecia há uma semana! Ele estava ali. Para mim. O tempo todo. Eu nem lembrava mais o que era isso.
No domingo, quando voltávamos para casa, ele disse do nada “eu quero te namorar”. Congelei. Eu não estava preparada para isso. Apesar de sempre achar que era isso que eu queria, eu também achava que não merecia. Tinha medo. Não respondi.
Quando ele me deixou em casa, ele falou: “Eu quero, não. Eu vou.” Nos abraçamos em silêncio e eu fui embora.
No fim de semana seguinte, eu tinha ido para a minha cidade novamente ficar com minha família. Ele não foi trabalhar na sexta para ir me encontrar. Viajou de novo, só para me ver. Me abraçou e falou: “Eu quero você só para mim, estou gostando de você de verdade. Não precisa falar nada.” Não falei. Me apavorei. Como assim eu tinha cara tão dedicado? Que estava do meu lado nos piores momentos e que não demonstrava que ia embora?
No 3º final de semana, ele disse que já sentia que eu era dele e que ele era meu, mas que queria deixar isso claro. Que queria construir algo comigo. Que os planos que ele fazia para nós eram reais.
Sei que Ítalo fala para esperar 3 meses para namorar, mas como, se vivemos 3 meses em 1?
Hoje estamos namorando, cheios de planos. Eu ainda tenho medo, mas ele se esforça cada dia para me mostrar que posso confiar no que a gente tem.
E eu o admiro cada dia mais, por ser tão homem, por não me deixar fugir quando tento me sabotar e por gostar tanto de mim quando eu mesma não achava que isso fosse possível.